terça-feira, 24 de julho de 2012

Mapa do sexo por tabela liga 288 adolescentes nos EUA

WASHINGTON (Reuters) - O primeiro "mapa" do comportamento sexual adolescente nos Estados Unidos reforça a velha idéia de que não fazemos sexo com uma só pessoa, mas sim, indiretamente, com todos os parceiros anteriores daquela pessoa, disseram pesquisadores na segunda-feira. Eles montaram uma cadeia de 288 relações sexuais individuais em um colégio do Meio-Oeste dos EUA, o que significa que um adolescente no final da cadeia, mesmo tendo tido contato sexual com apenas uma pessoa, relacionou-se indiretamente com 286 outras. Os sociólogos que conduziram o estudo se disseram surpresos com as conclusões da pesquisa, que revelam, a despeito da crença geral, que a maioria dos adolescentes estudados não adota um comportamento promíscuo. "Da perspectiva de um estudante, uma cadeia grande como essa me deixaria pirado", disse o sociólogo James Moody, que comandou o estudo. "Eles poderiam saber que seu parceiro teve um parceiro anterior. Mas não pensam no fato de que esse parceiro teve um parceiro anterior, que teve um outro parceiro, e assim por diante". Isso implica uma abordagem diferente na questão da educação contra doenças sexualmente transmissíveis, segundo a equipe da Universidade de Ohio. Moody e seus colegas estudaram uma única escola, numa cidade não-identificada de porte médio. Os estudantes responderam a questionários anônimos sobre seu comportamento sexual. Os pesquisadores concluíram que, a exemplo do que se verifica nessa faixa etária como um todo nos EUA, um pouco mais de metade dos estudantes já havia tido uma relação sexual. Em um dos casos, 288 alunos estavam relacionados em uma cadeia de contatos sexuais que raramente voltava ao mesmo ponto. Em outras palavras, um menino fez sexo com uma menina, que fez sexo com outro menino, que se relacionou com outra menina, e assim por diante. Segundo Moody, os jovens agem dessa forma de propósito. "Todas as evidências dessa rede sugerem que os garotos estavam muito cientes do padrão local e do histórico local de atividade sexual. As adolescentes sabiam que não iriam sair com o parceiro da namorada do ex-namorado. Isso é próximo demais". Para ele, esse tipo de comportamento é comparável ao tabu do incesto. "Ele força as pessoas a encontrarem novos parceiros em vez de os reciclar". De acordo com Moody, trata-se de um comportamento sexual muito diferente do observado em adultos. "Nos adultos, você terá os que são astros da NBA basquete, com milhares e milhares de parceiros". No caso dos adultos, as campanhas contra as doenças sexualmente transmissíveis são dirigidas às pessoas muito ativas. Entre estudantes, aparentemente, todos eles devem ser informados. "Os estudantes nessa rede não são atípicos. São apenas estudantes médios, e não sexualmente ativos ao extremo. Portanto, as políticas sociais que podem ajudá-los a se proteger das doenças sexualmente transmissíveis podem romper várias dessas cadeias que podem levar à difusão da doença", disse Moody. "Qualquer coisa que limite isso e restrinja o fluxo de fluidos corporais entre as pessoas seria útil", acrescentou o pesquisador. Isso inclui orientação sobre o uso de preservativos, abstinência e outras abordagens, segundo ele. Moody ressaltou que os resultados podem ser aplicáveis a outras cidades norte-americanas de porte médio, mas que provavelmente seriam diferentes em estudos realizados em colégios de grandes centros urbanos. Reuters - 21:54 24/01/05

Prisão perpétua a jovens que jogaram prostitutas para crocodilos

A Corte Suprema do Território do Norte, em Darwin, condenou hoje, terça-feira, à prisão perpétua dois jovens australianos que jogaram há um ano duas prostitutas tailandesas em um rio infestado de crocodilos. 
Ben William McLean e Phu Ngoc Trinh, ambos de 19 anos, amarraram as duas mulheres com cordas e cabos e as jogaram no rio Adelaide, ao sudoeste de Darwin, em março do ano passado, onde as duas morreram.
O juiz Dean Mildren ditou uma sentença de prisão perpétua com um período de 25 anos durante o qual os autores do macabro assassinato não poderão pedir a liberdade condicional.
Trinh foi condenado por ser o autor e mentor do assassinato, já que foi comprar as cordas e os cabos, levou as duas mulheres, Phuangsri Kroksamrang, de 58 anos e Somjai Insamnan, de 27, até a fazenda de seus pais para manter relações sexuais com elas, e depois as estrangulou sem conseguir matá-las.
McLean é considerado co-autor, já que não ficou provado que sabia dos planos de seu companheiro e segundo o juiz tem mais possibilidades que Trinh de reabilitar-se.
O juiz Mildren opinou no entanto que "não há dúvida alguma que foram assassinatos terríveis", razão que justifica que ambos tenham recebido a máxima sentença.
Tanto Trinh como McLean se declararam inocentes de todas as acusações e seus advogados devem apelar da sentença.
Agência EFE , 02:15 17/05

Entidades apresentam estudo sobre exploração sexual

A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, a organização Save the Children Suécia e o Violes - Grupo de Pesquisa sobre Violência e Exploração Sexual, da Universidade de Brasília, apresentarão o "Estudo Analítico do Enfrentamento da Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes no Brasil (1996 a 2004)". A cerimônia será amanhã às 9h, no salão nobre do Congresso. O estudo mapeou o enfrentamento da exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, entre 1996 a 2004, nos diferentes setores da política publica brasileira. A pesquisa observou que os empresários turísticos vêm se mobilizando e participando de ações junto ao Ministério do Turismo para a implantação de Códigos de Conduta contra a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, tendo inclusive elaborado um Plano de Ação/95. "Todas as iniciativas que traçam algum tipo de diagnóstico da exploração sexual merecem uma atenção especial, já que há ausência de dados oficiais sobre este tema. Nosso desafio agora é lutar para que todas as esferas de poder trabalhem para o enfrentamento de fato deste crime hediondo", afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que coordena a Frente Parlamentar e foi relatora da CPI Mista que investigou a exploração sexual de crianças e adolescentes em 2003 e 2004. A pesquisa concluiu que é urgente fortalecer a mobilização política e intelectual rumo a um projeto societário que articule, com as esferas das liberdades econômicas, de expressão e da sexualidade, no contexto da luta pelos direitos humanos, privilegiando a participação de jovens, mulheres e homens, como uma das tarefas mais importantes a serem trabalhadas pela humanidade nos próximos séculos. Boletim do PT , Terça, 17/mai/05 - Ano XV - nº 3249

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Prostitutas recebem orientação de Porto Alegre

Distribuir preservativos e falar em prevenção é apenas um dos objetivos. Quando a equipe da Organização Não-Governamental (ONG) Vale a Vida sai em direção a praças, esquinas, hotéis, uisquerias, boates e casas de massagem, a proposta é bem mais ousada. Em cada abordagem, a idéia é encurtar distâncias e se aproximar da realidade dos profissionais do sexo. A secretária executiva do Núcleo de Estudos da Prostituição (NEP), Carmem Lúcia Paz, veio de Porto Alegre para reforçar o trabalho, que na capital já deu resultados.
Em 1989, quando fundado, o NEP tinha uma prioridade: liquidar com a violência que todas as noites aterrorizava as mulheres prostitutas. Parece até deboche. Mas as que eram assaltadas saíam no lucro - e não no prejuízo. Espancamento, estupro e até choques na vagina chegaram a ser registrados. Alguns casos com o envolvimento de policiais. "Criamos coragem, denunciamos e conseguimos que um deles inclusive fosse retirado da corporação da Brigada Militar", conta Lúcia, prostituta há 23 anos e socióloga há quatro.
Era o início de uma atuação que ganha credibilidade e prêmios, como o dos Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, concedido em 1999 pela Unesco. Se existe um segredo para o sucesso da ONG, enfatiza a secretária executiva, foi ter atacado a raiz do problema. Longe dos crimes cruéis de que eram vítimas, as mulheres ficaram abertas a receber outras mensagens que o NEP também se propõe a lançar. "Criamos o vínculo, que era o mais importante para poder falar de temas como preconceito, estigma e prevenção", explica.
Hoje as cerca de cinco mil profissionais que fazem programas em Porto Alegre têm um referencial de aconselhamento jurídico e psicológico e são estimuladas a romper barreiras. É preciso que vivam o mundo da sua cidade. Não é possível que o olhar de julgamento da população restrinja a vida das prostitutas ao círculo casa-batalha. São cidadãs, têm família e merecem respeito.
EM PELOTAS
Aos 57 anos, Marina (como pediu para ser identificada) é um dos principais canais de comunicação entre o Vale a Vida e os profissionais do sexo. Desde 2001 a ONG - antes dirigida apenas a portadores do vírus HIV e Aids - decidiu realizar trabalho de prevenção com prostitutas e travestis e passou a ir a campo para estreitar relações. Já são cerca de 300 pessoas e 20 locais cadastrados.
Na praça Coronel Pedro Osório, Marina contribui no leva-e-traz de informações e na distribuição de preservativos às colegas. A torcida é que com o tempo mais Marinas engrossem o processo de conscientização, que não quer parar no uso de camisinha. "É um absurdo que elas batalhem pra gigolô, que tira tudo delas e, às vezes, ainda bate", irrita-se a líder. Casos em que prostitutas foram agredidas com chicotadas já chegaram ao Vale a Vida, que aproveita oportunidades como a da semana passada para seguir os passos do NEP. "É preciso que esses profissionais saibam que não estão respondendo a mais um questionário, que nunca trará resultados", lembra a psicóloga da ONG, Sônia Cabral.
Marina está convicta. "Me sinto outra pessoa desde que entrei para o Vale a Vida", resume a prostituta há 18 anos. Quer dar seguimento aos estudos, fará as provas do supletivo da 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e reúne forças para criar o neto nascido há menos de um mês; a nora faleceu no parto. "Enquanto estiver viva, vou lutar pelos meus oito filhos e 15 netos", reforça. "Não tenho vergonha de nada."
Michele Ferreira (Diário Popular, 10/05/2005)

OIT: 2 milhões de crianças são vítimas no mundo

OIT: 2 milhões de crianças são vítimas no mundo

Brasília - O dia 18 de maio não é uma data para ser comemorada, mas um marco na luta contra um problema que ainda é crônico no Brasil: a exploração sexual de crianças e adolescentes. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes são explorados sexualmente no mundo.

Em 2001 foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil. A data foi escolhida para que não seja esquecida a história de Araceli Cabrera Sanches, que aos 8 anos, foi seqüestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma família tradicional de Vitória (ES). O caso ocorreu em 1974 e os acusados ficaram impunes.

Um estudo realizado em parceria pelo Grupo Violes, do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília, com a Save the Children Suécia buscou mapear as ações contra a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes de 1996 a 2004, nos diferentes setores da política pública brasileira e perceber as contradições existentes nas reflexões sobre a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.

De acordo com o estudo, a exploração sexual infanto-juvenil não é uma temática fácil de ser abordada e ocorre em sociedades permissivas e tolerantes com a mercantilização da erotização. "É considerada uma das piores formas de trabalho infantil; é, sem dúvida, uma violação dos direitos de proteção e desenvolvimento do grupo infanto-juvenil; é expressão de um capitalismo selvagem, feita no mercado clandestino, articulado com as rotas do crime organizado", revela o estudo.

A pesquisa constata que para enfrentar o problema é preciso fortalecer as ações da sociedade civil e dos setores governamentais no sentido de promover a rearticulação local e global, buscando aliados, especialmente nas regiões onde há alvos desta violência e na sociedade organizada.

O estudo também mostra a necessidade de fortalecer a relação Estado-sociedade e a cooperação internacional, para traçar ações conjuntas. A recomendação é que os governos precisam agendar ações em níveis federal, estadual e municipal.

A pesquisa mostra que, dos 29 ministérios, 13 apresentam programas que podem ser articulados para viabilizar o desenvolvimento e o crescimento econômico: Cultura, Transporte, Integração Nacional, Habitação, Turismo, Trabalho, Minas e Energia. Além dos ministérios, o estudo cita bancos nacionais, Correios, Petrobras e Itaipu, dentre outros.

Luciana Vasconcelos - Fonte: Agência Brasil, 18/05/2005

O pornô e o drama real de Linda Lovelace


O pornô e o drama real de Linda Lovelace

Nunca houve mulher como Linda Lovelace. Que fizesse tanto pela pornografia e que a combatesse tanto. Ela morreu aos 53 anos, vítima de ferimentos causados por um acidente de carro ocorrido no dia 3 de abril de 2002, em Denver.

A fama de Linda Lovelace nasceu e praticamente sumiu com um filme que fez em 1972, 'Garganta Profunda' (Deep Throat). Foi um dos primeiros filmes pornográficos de longa-metragem, tinha 62 minutos e custou US$ 30 mil. Linda sempre disse que não viu um tostão desse dinheiro, muito menos dos US$ 600 milhões que rendeu, segundo ela revelou no livro autobiográfico 'Out of Bondage', para uma família mafiosa. 'Deep Throat' e Linda Lovelace se tornaram uma espécie de sinônimo de pornografia e renderam dezenas de livros e pelo menos 18 músicas. Na época do caso Watergate, os repórteres do jornal 'Washington Post', Bob Woodward e Carl Bernstein, chamaram sua fonte secreta de Deep Throat.

No filme, Linda, aos 23 anos, surge bem bonita, mas com um corpo magro e um tanto anguloso, a anos-luz das medidas portentosas das modelos de 'Playboy', com seus seios enormes, preferência nacional dos homens americanos. Mas o seu talento, descrito pelo crítico Vincent Canby do 'New York Times' como mais relacionado com a engenharia física do que com os prazeres multifacetados do sexo, era o de ter, como era explicado na tela, o clitóris na garganta, fazendo com que ela só tivesse orgasmos fazendo sexo oral.

Ela insistiu depois que só fez o filme porque seu marido na época, Chuck Traymor, ameaçou-a. Na sua autobiografia de 1980, escreveu: "Soube como era sentir uma arma nas minhas costas e ouvi o clique do gatilho, nunca sabendo se viria uma bala de verdade".

Verdade é uma palavra absolutamente ambígua na história de Linda Lovelace, aliás Linda Boreman, nascida a 10 de janeiro de 1949, no Bronx, em Nova York. Não faltam boatos e lendas sobre ela, ainda mais amparados em cinco autobiografias, que se contradizem. 'O Diário Íntimo de Linda Lovelace' e 'Inside Linda Lovelace', em que ela fazia afirmações como "eu vivo para o sexo", foram denunciadas por ela, mais tarde, como sendo invenções fabricadas por ghost writers.

O que é geralmente aceito é que, nascida Linda Boreman, era filha de um policial nova-iorquino e de uma vendedora de tupperware. Teve uma infância difícil e infeliz. Depois de sair da escola, teria trabalhado numa loja de roupas e como fotógrafa. Em 1970, conheceu Charles 'Chuck' Traynor, um pornógrafo que fazia 'loops', como eram chamados os filmes pornô curtos em 8 mm, que eram vendidos e exibidos ilegalmente. Linda apareceu em pelo menos oito deles, o mais famoso sendo um em que ela transava com um cachorro.

Eventualmente, ela e Traynor se casaram.

Aí, fizeram 'Garganta Profunda'. O filme chegou a ter um status de cult, foi elogiado por alguns críticos, seu humor foi destacado e o cinema World, perto da Times Square, que o exibia, por algum tempo foi um lugar da moda da sociedade nova-iorquina.

Linda Lovelace apareceu em mais três filmes, o primeiro deles o inevitável 'Garganta Profunda Parte 2', de 1974. 'Linda Lovelace Encontra Miss Jones', de 1975, colocava frente a frente, às vezes uma sobre a outra, a estrela pornô e uma sua rival na época, Georgina Spelvin, que fizera 'O Diabo em Miss Jones', em que a citada e entusiasmada personagem ficava literalmente com o diabo no corpo. O terceiro filme, um fracasso que enterrou de vez as esperanças de Linda fazer uma carreira cinematográfica, é de 1975, 'Linda Lovelace for President', que tinha pecados capitais para um filme pornô: era uma comédia e limitava-se à classificação softcore, não tinha nada explícito.

Mas a aceitação de 'Garganta Profunda' não foi unânime. O filme, por exemplo, só conseguiu certificado de exibição na Inglaterra em 2000. Em vários Estados americanos o filme foi proibido por obscenidade. Um juiz de Nova York, Joe Tyler, em 1.º de março de 1973, chegou a dizer que o filme era um abismo de decadência e que "essa garganta deve ser cortada". Em 1991, entrevistado pela revista 'People', o juiz Tyler, então com 71 anos, disse:

"Se eu fosse dar essa sentença hoje, seria chamado de louco. Filmes e TV mudaram completamente sua perspectiva com relação à forma humana". Mas, então, condenou o cinema World a pagar US$ 3 milhões de multa.

Como nunca houve apelação para mudar a sentença, até hoje é proibido exibir 'Garganta Profunda' em cinemas de Nova York, embora possa ser alugado em qualquer locadora de vídeo.

Depois de se divorciar de Traynor (que se casou com outra superstar pornô, a loira Marilyn Chambers), Linda Lovelace começou a denunciar que foi forçada a fazer os filmes pelo ex. Ao mesmo tempo, passou a morar em hotéis, a aparecer em Las Vegas e Londres, vestida de forma extravagante, tentando provocar escândalo. Conseguiu fazer um certo barulho, mas ficou nisso.

Depois, ela se casou com um pedreiro, Larry Marchiano, em 1976.

Nos anos 80, Linda passou a testemunhar contra os perigos da pornografia diante do Congresso, tribunais e conselhos municipais. Tornou-se também um símbolo de escritoras feministas como Gloria Steinem, como uma mulher explorada pelo sexismo masculino. Mas ser um símbolo não pagava contas e o casal muitas vezes teve de recorrer ao seguro social. Ela escreveu nova autobiografia, 'Ordeal' e, num golpe de publicidade, só a publicou depois de passar por um detetor de mentiras. Mas ninguém estava muito interessado.

Em 1987, ela fez um transplante de fígado numa operação de 15 horas; Linda descobriu o câncer quando foi fazer uma mastectomia - então adiada - por causa das injeções de silicone que Traynor a fizera tomar nos seios. As contas de hospital liquidaram com as finanças do casal e eles se divorciaram em 1996. Mudaram-se, antes, para Denver. Ela ganhava algum dinheiro com palestras antipornografia, emendando isso com empregos temporários como vendedora. Ela sempre tinha de sair deles por causa de dores nas pernas causadas por varizes.

Há quatro anos, trabalhava como vendedora numa empresa de informática, ganhando pouco menos de US$ 10 por hora. Na última entrevista de TV que deu, ela mal conseguiu falar e, em 2001, um estudioso da cultura pop, Eric Danville, levou-a para ver 'Garganta Profunda'. Foi a primeira vez que ela viu o filme do começo ao fim. 'Não sei o que vêem nisso', foi o único comentário de Linda.

Hoje, a pornografia fora da Internet se tornou obsoleta e nada rentável para seus produtores, incluindo até recentes êxitos como a revista 'Hustler', que investe pesadamente agora em vários sites especializados na Web. Revistas que exploravam o sexo, mas de modo menos explícito, como 'Playboy' e 'Penthouse', acumularam quedas de vendagem e publicidade. Diriam os mais fanáticos adversários da pornografia, que a morte de Linda foi um sinal.

 Fonte: O pornô e o drama real de Linda Lovelace ,Geraldo Galvão Ferraz, Jornal da Tarde,São Paulo,28 de abril de 2002


Legitmating prostitution as sex work


Legitmating prostitution as sex work: UN Labor Organization (ILO) calls for recognition of the sex industry

Janice Raymond, December 1998

Introduction

In a controversial 1998 report, the International Labor Organization (ILO), the official labor agency of the United Nations, calls for economic recognition of the sex industry. Citing the expanding reach of the industry and its unrecognized contribution to the gross domestic product (GDP) of four countries in Southeast Asia, the ILO urges official recognition of what it terms "the sex sector." Recognition includes extending "labor rights and benefits to sex workers," improving "working conditions" (Lim, p. 212, hereafter referred to simply by page) in the industry, and "extending the taxation net to cover many of the lucrative activities connected with it" (p. 213). Although the ILO report claims to stop short of advocating legalization of prostitution, the economic recognition of the sex sector that it promotes could not occur without legal acceptance of the industry.

For many years, the sex industry has lobbied for economic recognition of prostitution and related forms of sexual entertainment as sex work. Now the ILO has become the latest and most questionable group urging acceptance of the sex industry. Effectively the ILO is calling for governments to cash in on the booming profits of the industry by taxing and regulating it as a legitimate job. Entitled The Sex Sector: the Economic and Social Bases of Prostitution in Southeast Asia, the ILO report echoes the economic determinism of the February 14, 1998 cover story of The Economist aptly termed "Giving the Customer What He Wants." The report professes to be a survey of the "sex sector" in four countries authored by country-specific writers in Malaysia, Indonesia, Thailand and the Philippines. But the framework, summaries, and conclusions of the report were edited by economist Lin Lean Lim, longtime advocate for governmental acceptance of the "sex sector."

Southeast Asia is facing its most serious economic crisis in decades. Together with the political uncertainty and instability in many parts of Asia, the economic crisis has exacerbated the recruitment of women into the sex industry. Governments which follow the ILO recommendations to recognize prostitution as legitimate women's work will thus have a huge economic stake in the sex industry. Consequently, this will foster their increased dependence on the sex sector. The ILO report will be used as a justification for increasing the entry of women into "sex work" to lower the unemployment rate and then for taxing women's earnings to raise desperately needed capital. As in Latin America, the impact of macro-economic policies in certain countries of Asia will provide these governments with the rationale to expand the sex industry. The government of Belize, for example, has "Recognized prostitution...[as] a gender-specific form of migrant labor that serves the same economic functions for women as agricultural work offers to men, and often for better pay." (WEDO, 1998, p. 32)

Rather than economic opportunity, the most glaring evidence of women's economic marginalization and social inequality in almost all Asian countries is the rampant commodification of women in prostitution, sex trafficking, sex tourism and mail order bride industries. In this context of severe economic decline, it seems the height of economic opportunism to argue for the recognition of the sex industry based on transforming women's sexual and economic exploitation into legitimate work.

The ILO report reads as an economic anointment of the sex industry. In this year of the 50th Anniversary of the International Declaration of Human Rights, the ILO report seems to regard human rights concerns about prostitution as an impediment to recognition of the sex industry. As part of its policy recommendations, it concludes that "A stance focusing on individual prostitutes tends to emphasize moralistic and human rights concerns, which are undoubtedly important, but which will not have a major impact on changing or reducing the [sex] sector" (p. 213). The ILO grossly underestimates the violation and violence that prostituted women endure, dismissing the harm done to women in prostitution by stating that only 20% are badly exploited or kept in some form of bondage (Reuters, 1998).

Contrary to the benign picture of prostitution painted by the ILO report, the violence that prostituted women endure is more acute and much more frequent than that experienced by other women. In a study of Nepali women and girls trafficked for prostitution into India's brothels, Human Rights Watch/Asia documents that "Most girls and women start out in these cheap brothels where they are 'broken in' through a process of rapes and beatings"(Human Rights Watch/Asia, 1995, p.34). In another report on Burmese women trafficked for prostitution into Thailand's brothels, Human Rights/Asia states that "the brothel owners are profiting off the repeated rape and sexual assault of the Burmese women and girls sometimes over long periods of time..."(Asia Watch, 1993, pp.62-63). The report makes clear that rape and sexual assault were not restricted to under age girls or to the girls' or women's initial seasoning into the brothels. "The combination of debt bondage, illegal confinement and the threat or use of physical abuse force the women and girls into sexual slavery...for the duration of their time in the brothel." (Ibid., p. 65)

This picture of extreme violence is not restricted to developing countries. In a study of English street prostitutes, 87% of the women had been victims of violence in the past 12 months. The abuse ranged from verbal assault by clients to stabbings, beatings, and rapes. 27% had been raped; and 43% suffered severe physical abuse. Nearly all (73%) of the 87% were multiple victims of abuse (Benson and Matthews, 1995, p. 402). In another U.S. study of 55 survivors of prostitution, 78% were victims of rape by pimps and buyers an average of 49 times a year; 84% were the victims of aggravated assault and were thus horribly beaten, often requiring emergency room attention and hospitalization; 49% were victims of kidnapping and transported across state lines; 53% were victims of sexual abuse and torture; and 27% were mutilated (Susan Kay Hunter, 1993, p. 16).

In its minimization of the harm of prostitution and in its push to redefine prostitution as sex work by recommending that governments recognize the sex industry as an economic sector, the ILO seems oblivious to recent legislation demonstrating that countries are able to reduce organized sexual exploitation instead of capitulating to it. Two countries which have specifically refused to recognize prostitution as work are Sweden and Venezuela. In May, 1998, Sweden became one the of the first countries to prohibit the purchase of sexual services with punishments of fines or imprisonment (Swedish Government Offices, 1998). In so doing, Sweden has declared that prostitution is not a desirable economic and labor sector.

Also in May, 1998, the government of Venezuela passed legislation rejecting the request of powerful pro-sex industry groups to register a legal union of so-called sex workers. The Ministry of Labor's decision was based on the fact that since the majority of "sex work" is prostitution, rather than being sexual work, it is sexual exploitation. Venezuela ruled that "prostitution cannot be considered work because it lacks the basic elements of dignity and social justice." It also ruled that since one of the main purposes of forming a labor union is "to promote the collective development of its members and of their profession," a decision in favor of unionizing so-called sex workers would in fact promote the development and expansion of prostitution (Republica De Venezuela, 1998).

For over a decade, women's groups worldwide have sought better measurement of women's contribution to national economies calling for the inclusion of work such as child or family care, housekeeping, cooking and shopping -- most of which women have traditionally done -- in labor force statistics. Since governments use these statistics to assess economic development and to prepare and implement social policies, failure to properly recognize and measure women's role in production distorts and minimizes women's economic contribution to society and impedes their access to economic resources.

Given the lack of recognition and the devaluing of women's work in the systems of national accounts, it is a travesty that the ILO would now be calling for the economic recognition of prostitution as legitimate work. If women in prostitution are counted as workers, pimps as businessmen, and the buyers as customers, thus legitimating the entire sex industry as an economic sector, then governments can abdicate responsibility for making decent and sustainable employment available to women.

Why specifically is the ILO urging recognition of the sex industry? The report lists a number of reasons which, it says, are based on interviews, conducted mostly by academics and university students, and done with small samples of women in the sex industry in each of these four countries. It is highly questionable whether this small sample of women, interviewed by academics and university students, could get at the truth of prostituted women's lives. For this and other reasons, we think it is important to address these arguments and to offer detailed responses.

ARGUMENTS AND ANSWERS

1. Prostitution is "mainly economic in nature (p.2)...The stark reality is that the sex sector is a 'big business' that is well entrenched in national economies and the international economy...Especially in view of its size and significance, the official stance cannot be one of neglect or non-recognition"(p. 213).

As an economic activity, prostitution institutionalizes the buying and selling of women as commodities in the marketplace. It further removes women from the economic mainstream by segregating them as a class set apart for sexual servitude. It reinforces the definition of women as providers of sexual services, thereby perpetuating gender inequality. And it legitimizes and strengthens men's ability to put the bodies of women at their disposal.

Because the sex industry is integrated into the economic, social and political life of many countries doesn't mean we should passively accept this state of affairs as a kind of economic law. The ILO's dispassionate recommendation to recognize the sex industry as an economic sector capitulates to a conservative laissez-faire market ideology prevalent in many countries. That the sex industry contributes significantly to the economy and GDP of many countries should be taken as a cause for alarm and action against the industry rather than an excuse for acquiescence to it.

2. "The sex business has assumed the dimensions of an industry and has directly or indirectly contributed in no small measure to employment, national income and economic growth..." (p.1). In Southeast Asia, the sex industry prostitutes "between 0.25 and 1.5 per cent of the total female population in Indonesia, Malaysia, the Philippines and Thailand" and "accounts for between 2 per cent and 14 per cent of the gross domestic product (GDP)"(p.7). In Thailand, "prostitution was the largest of the underground businesses winning out over drug trafficking, arms trading, contraband in diesel oil, trafficking in human labour and gambling (p. 10)...These economic bases underscore the importance of the commercial sex sector in the economies of Southeast Asian countries, and help to explain why the policy issue cannot be seen only from the perspective of the welfare of individual prostitutes (p.11)...It is worth considering...the possibility that official recognition of the sector would be extremely useful...for extending the taxation net to cover many of the lucrative activities connected with it" (p.213).

The international narcotics industry contributes significantly to the economy and GDP of several Latin American and Asian countries. Millions of farmers and families in countries such as Columbia and Burma depend on the income generated by the drug sector. Foreign currency generated by drug trafficking is said to contribute to economic stability. The drug sector involves diverse but highly interrelated establishments such as farming, transportation, bars, gambling, prostitution, tourism, and hotels. The revenues generated by the drug sector, if calculated, would rival the revenues generated by the sex sector. Should we, by the same token, recognize the "drug sector," redefining harmful drugs as legal marketable commodities and drug traffickers as legitimate businessmen?

The ILO report makes little mention of the harm that accrues to women in prostitution. As the report states, "the welfare of individual prostitutes" cannot be allowed to dictate the policy issue. It is this harm, made visible in the violence and health consequences suffered by women in prostitution, that most strongly refutes the ILO arguments that prostitution should be accepted as work by recognizing the sex industry as an economic sector. Study after study has shown that the lives women in prostitution lead are hazardous and bordering on brutality.

The harm of prostitution is graphically evident in its health consequences. Women in prostitution suffer the same injuries that women subjected to other forms of violence against women endure, including bruises, broken bones, black eyes, concussions, and loss of consciousness. The reproductive health effects include a high incidence of unwanted pregnancies, miscarriage, multiple abortions and infertility. In addition to HIV/AIDS, chronic pelvic pain and pelvic inflammatory disease (PID) from sexually transmitted diseases (STDs) are alarmingly high among women in prostitution. In the study done by Human Rights Watch/Asia of Burmese women prostituted in Thailand, fourteen of the thirty girls interviewed were HIV positive, infected by the men who bought them (Asia Watch, 1993, p.70). The report on Nepali women and girls cites the Indian Health Organization's estimate that "80 percent of sex workers are infected with a sexually transmitted disease...Activists there have also encountered cases of forced sterilization of brothel inmates, hysterectomies during abortion being the most typical" (Human Rights Watch/Asia, pp.65-67)

Recognition of the sex sector will not change this reality.

3. The ILO report argues that "All the country studies confirm that earnings from prostitution are often more than from alternative employment opportunities open to women with no or low levels of education" (p. 207).

Rather than accept the unexamined premise that some women earn more in prostitution than anyplace else, the ILO should question why prostitution is the only place where mostly women can turn when all else fails. The ILO report acknowledges that "A striking finding from the survey is that although many women indicated that they would like to move to other jobs, they were conscious of the income loss they would face" (p. 207). It is a gendered reality that prostitution may be the best of the worst economic options that many women have, and it is understandable that women turn to prostitution in these circumstances. However, the fact that there are often no better job options for women shouldn't be manipulated to turn many women's desperate economic plight against them by institutionalizing their exploiters as entrepreneurs. This is to surrender the political battle for women's right to decent and sustainable work, and to tolerate that women's bodies are increasingly bought for sex and used as merchandise in the marketplace.

The ILO report conveys the impression that prostitution is a viable and even lucrative economic activity for all, including the women most involved. In a response to the ILO report published in Businessworld (Philippines), the author notes that "the majority of the sex workers [in the Philippines] receive only an average of 10% of the total revenue (P54,000 per year or P4,500 per month) that they make for the capitalists, brokers or employers" (The View from Taft, Sept. 10, 1998). Of this total they must spend between P5,000 to P6,000 per month for their clothes, transportation and cosmetics. Another large portion which is not calculated goes to support their families. "At the end of the day (or night), therefore, most of these sex workers...usually find themselves helplessly and, worse, perpetually trapped in a debt maze" (Idem.) They thus end up more unable to cope with economic disadvantage or further impoverished.

These figures mirror the situation of women in the sex industry in other countries who ultimately see very little of the money they earn. In industrialized countries, women in prostitution and related sex industries such as stripping, spend a large portion of their small income to buy drugs which help anesthetize the violence, violation and indignities of the acts that are perpetrated against them. Furthermore, as Dorchen Leidholdt has pointed out, women in prostitution stop being marketable as sexual commodities in their early 30s, since the male demand is for younger women. The fact is that this so-called sex work is temporary, and women end up with no job skills, often so debilitated that they are unable to work, and more destitute than when they began.

4. "On the demand side, recent economic development has created increasing...capacity and, very likely, the motivation of men to buy sexual services in a much wider and more sophisticated range of settings...This has resulted in the widening of the diversity of settings in which sexual services are offered, and in the establishment of new and more luxurious types of sex establishments" (pp. 207-08).

The most invisible part of the sex industry is the buyer and his role and responsibility in creating the demand for prostitution. The ILO report offers no criticism of the male entitlement to buy women for the sex of prostitution. Citing the expanding reality of male demand for prostitution, and even acknowledging that "poverty has never stopped men from paying for sexual services" (p. 210), the ILO's recommendations implicitly support the view that men need sex and are entitled to have it even if they have to purchase a woman's body. The body of the prostituted woman is the vehicle with which the male buyer acts out his gender-based dominance. The ILO seems to assume that male biology dictates male sexual behavior, and that thus prostitution is inevitable.

If not biologically inevitable, the ILO report does assume that prostitution is economically inevitable. "Given that the economic and social foundations are not easy to change, the sex sector is not going to disappear in the foreseeable future. Especially in view of its size and significance, the official stance cannot be one of neglect or non-recognition" (p. 213). The explicit recommendations of the report urge governments to recognize the right of men to buy women in the market sector because male purchasing power is increasing. This is no less that an economic rationalization of male sexual privilege and economic power.

Instead of transforming the male buyer into a legitimate customer who buys women's bodies with impunity, the ILO should seriously study various innovative programs which make the buyer accountable for his sexual exploitation, thereby regulating his actions instead of recognizing them as legitimate. For example, the SAGE Program in San Francisco has designed a program to educate those men arrested for soliciting women in prostitution about the risks and impacts of their behavior. Buyers have to listen for eight hours to those most traumatized by male sexual exploitation, especially the prostitution survivors, who tell these men that they wreak havoc on women's lives leaving behind them a wake of danger, degradation, disease and often death (Ybarra, 1996, p. 18). Winner of the prestigious 1998 Ford Foundation/JFK School of Government "Innovations in Government Award," the SAGE Program addresses the reorientation of male clients and is premised on the assumption that men can change, rather than prostitution being inevitable.

5. When the sex sector is recognized as an economic sector, governments may be better able to regulate and monitor the expanding criminal elements of the industry such as organized crime, drug abuse, and especially child prostitution. "Yet governments have found it exceedingly difficult to tackle the problems...because...The sex sector is not recognized..." (p.1).

Even if it were possible to remove the criminal element that controls the sex industry, or to limit prohibition only to child prostitution, these "solutions" can be compared to attempts to regulate slavery as a business -- a serious proposal at the height of the slave trade. Those who advocated abolition of the slave trade knew that it was/is not possible to legislate against slavery by simply removing abusive slave owners, or by tolerating the slavery of adults but not of children, because slavery itself is the abuse. They knew that these "economic sector solutions" were tantamount to reinforcing slavery as an oppressive institution.

As with slavery, prostitution per se is abuse, exploitation and an oppressive institution. Sexual exploitation violates the human rights of anyone subjected to it, whether adult or child. The criminal aspects of prostitution which the ILO report is critical of cannot be remedied without addressing the entire system of prostitution. Transforming the crime of prostitution into an official acceptance of it will only lead to entrenching organized crime.

The legacy of slavery in the United States has been a legacy of the racial subordination and oppression of all African Americans. Slavery set the standard for the way the way African Americans, as a race, have been treated in the United States, although all African Americans were not enslaved. For all African Americans, slavery generated a history of physical violence and racial hatred, a society based on segregation, and unequal access to all the basic rights of citizenship.

Similarly, prostitution expresses the worth of all women. Prostitution has an enormous impact on the way men value and treat women in general and any woman in particular. The pervasive sexualization of women, the fact that women's bodies are made increasingly accessible and available to men, and the ways in which all of this is made into "sex" in prostitution define what a woman is in this society and what she is made for. Because any woman's body can be commodified and sold as sex in the marketplace, all women can be reduced to sexual objects and instruments. The degraded role into which prostituted women are cast sanctions the sexual exploitation of all women, eroticizes women's inequality, and thus bolsters women's personal and social subordination.

6. "For those adult individuals who freely choose sex work, the policy concerns should focus on improving their working conditions and social protection, and on ensuring that they are entitled to the same labour rights and benefits as other workers" (p. 212).

In countries that have taken a labor approach to prostitution regulating/legalizing it as work, recognition of the sex sector has caused prostitution to flourish more than when it was illegal. There is good evidence that countries such as Holland and Germany, both of which have recognized prostitution as work and as an economic sector, are precisely the countries which have higher rates of women illegally trafficked into the country for prostitution (de Stoop, 1994; Barry, 1995; Benson and Matthews, 1995). For example, in Amsterdam, Rotterdam and Utrecht, women from Latin America, the Philippines and Eastern Europe are reported to comprise 40%, 65% and 50% respectively of the prostituted population in these cities (Golding, 1994). Earlier evidence from Germany indicates that only 12% of prostituted women work in the state-regulated eros zones because the majority "would rather live in illegality than accept the state's working conditions, wages and control" (Jaget, 1980).

Furthermore, the permissiveness of the legal climate encourages the illegal sector to grow. In Germany, the eros zones have acted as a magnet for a range of illegal activities which then spill over into surrounding areas (Golding, 1994). Men who formerly would not risk buying women for sex now see prostitution as acceptable. The tolerant legal climate makes it easier for pimps, traffickers and brothel owners to attract women to the "work."

The ILO argues that recognition of the sex sector would help keep the sex industry above ground and make it controllable. But consider the example of the legal arms sector which is supposedly monitored and regulated by governments, the very position in which the ILO would place the sex sector. A significant percentage of the arms trade is clandestine and underground, although the arms sector is subject to disclosure and to governmental oversight. In addition, hundreds of NGOs keep close watch on the arms sector. That there is a trade in legal arms has only served to enhance the viability and expansionism of the illegal arms industry. Rather than reducing the illegal trafficking in arms, the legal flow of arms serves to expand it by creating the infrastructure on which illegal arms trading depends. Why should the sex sector be any different?

Rognition of prostitution as work can only increase the current expansionism of the sex industry giving it the stable marketing environment for which it has lobbied and locking women even further into the industry by legitimating the sex trade. Instead of recommending that governments cash in on the economic benefits of the sex industry, the ILO should recommend that states invest in the futures of prostituted women by providing economic resources from the seizure of sex industry assets to enable women to leave prostitution. In this context, the ILO should pay attention to that part of its own report which found that "...prostitution is one of the most alienated forms of labour; the surveys show that women worked 'with a heavy heart', 'felt forced' or were 'conscience-stricken' and had negative self-identities. A significant proportion claimed they wanted to leave sex work if they could" (p. 213).

7. The ILO report does not call for the legalization of prostitution. Lin Lean Lim, the editor of the report has stated that "Recognizing prostitution as an 'economic sector' does not, at all, mean that the ILO is calling for the legalization of prostitution."

Although the ILO report does not explicitly recommend legalization, it implicitly advocates legalization by calling on governments to recognize prostitution as an economic sector and "a legal occupation with protection under labour law and social security and health regulations" (p. 2). One might ask how an illegal activity could be taxed. How can prostitution be recognized as a "legal occupation" without legal recognition, thus legalizing it in some way? How can prostitution be regulated as legitimate work, subject to occupational health and welfare standards, without some form of legalization? As the Singaporean Straits Times editorialized, the ILO position is at the very least "fishing for legalisation...Not calling this legalisation is a bit like smoking marijuana and claiming non-inhalation (Ghosh, 1998, p. 35)."

Other ILO spokesmen are more forthright. Jean-Claude Parrot, Canada's representative to the ILO, has said that "Any government that wants to implement that report in order to really address the economic issue and the taxation system has to look first at legalizing the issue" (Gollom, 1998, p. A1).

(Continued on Part 2) [Publisher note: Part 2 is not available here.]

El erotismo en el arte


El erotismo en el arte[1]
por Elena Bossi

Existe un género dentro del arte definido, por su temática, como erótico: literatura erótica, pinturas o esculturas eróticas. En general, se suele nombrar como arte erótico aquel que provoca un placer que involucra al cuerpo. Sin embargo, nos dice George Bataille:

“La mera actividad sexual es diferente del erotismo; la primera se da en la vida animal , y tan sólo la vida humana muestra una actividad que determina, tal vez, un ‘aspecto diabólico’ al cual conviene la denominación de erotismo [...] Aquellos que tan frecuentemente se representaron a sí mismos en estado de erección sobre las paredes de una caverna no se diferenciaban únicamente de los animales a causa del deseo que de esta manera estaba asociado -en principio- a la esencia de su ser. Lo que sabemos de ellos nos permite afirmar que sabían -cosa que los animales ignoraban- que morirían.”[2]

Preferimos referirnos aquí al erotismo en un sentido más amplio según el cual el arte siempre es erótico. Resulta difícil separar el placer en “espiritual” y “físico”, y el intento de entender el erotismo consiste, en este recorrido, en una búsqueda relacionada con el aspecto estético. Reflexionar acerca del erotismo con el fin de aproximarnos al arte en general.

Frente a una obra de arte que emociona y conmueve profundamente, uno siente algo parecido al deseo físico: deseamos poseer de algún modo ese cuadro, la música, la obra de arte. Ese deseo proviene de la conciencia de la propia muerte y de nuestra imposibilidad de conocer la realidad.

En una novela de Pierre Klossowski, Roberte, esta noche, Octave, el marido de Roberte sufre porque no puede poseer a su mujer por completo. No puede conocerla desde el punto de vista de otros. Si para su sobrino, Roberte es “atenta y severa”, él no puede actualizar estos aspectos de su mujer. Este hecho la vuelve siempre misteriosa y así, Roberte nunca es poseída del todo y esto lleva a Octave a la perversión de espiarla cuando está con otros hombres para tratar de entrever aquello que le resulta imposible de conocer.

El deseo, el deseo de "poseer" el "secreto" de una obra de arte que nos ha conmovido profundamente, como la obsesión del marido de Roberta, permite establecer un paralelismo: podríamos decir que uno realmente se enamora de las obras, desea contemplarlas desde todos los posibles puntos de vista; siente por ellas una nostalgia premonitoria. Pronto partiremos y el tiempo para conocerla y disfrutarla es breve. Volvemos cada vez que nos es posible a mirar algunos cuadros y lamentamos tener que irnos y dejarlos. Nos resulta penoso pensar que ya no los tendremos cerca como si tuviésemos que abandonar un amor. Lamentamos el final de un concierto y tratamos de prolongar su recuerdo en la memoria. Sentimos pena cuando una obra de teatro que disfrutamos llega a su fin, o cuando terminamos de leer un libro; y volvemos a buscar ciertos fragmentos y a releerlos una y otra vez. Así también nos alegramos al reencontrar en algún museo una obra amada o cuando alguien nos recuerda un libro o una pieza musical. Recorremos los libros leídos en nuestra memoria y hablamos de ellos con lujuria. Y muchas veces asociamos la emoción estética al orgasmo, a esa “pequeña muerte” de los franceses.

Hay un fragmento de la Odisea, muy bello, un momento conmovedor: en el canto VI: Nausica, impulsada por Atenea, pide permiso a su padre para ir a lavar las ropas. Ella menciona las ropas de los demás, pero no los propios vestidos para su boda pues, según se nos dice, tenía pudor de mencionar la boda frente a su padre[3]. Este silencio da otro significado a la aparición de Odiseo: mencionar el temor de pronunciar las palabras instala inmediatamente la imagen de lo prohibido. Sin este velo de pudor, sin este silencio, el lavado de las ropas y la boda próxima carecerían de misterio y es ese misterio el encargado de hacer surgir el deseo.

En la playa, Odiseo, náufrago, sucio y exhausto, ve a Nausica con sus compañeras. Primero se detiene a cortar una rama para taparse el cuerpo[4] (otro velo de pudor). Las muchachas huyen al verlo semidesnudo y lleno de sal; pero Nausica permanece quieta pues Atenea le infunde coraje. Odiseo necesita ayuda urgentemente; teme asustar a Nausica y reflexiona acerca de la mejor manera de dirigirse a ella para no atemorizarla. Piensa en rogar aferrándose a sus rodillas, pero luego descarta esa posibilidad y prefiere hablar desde lejos con palabras dulces y sabias[5]. La conversación continúa con delicadeza. Ambos personajes cuidan extremadamente sus palabras y evitan todo roce posible. No olvidemos que el tema de la boda está presente desde el principio y permanece en el aire. Cada vez que un personaje evita decir o hacer un gesto, recuerda el hecho prohibido y por lo tanto aviva el deseo. Nausicaa y Odiseo esquivan con sus palabras el deseo que esas mismas palabras provocan. Late en sus discursos todo aquello de lo que no se debe hablar.

Sarmiento, en el Facundo, presenta un fragmento que recuerda el episodio de la Odisea. Me refiero a un fragmento del capítulo VIII de la segunda parte. La escena está precedida por una descripción de Tucumán, su naturaleza, su ciudad y las “beldades tucumanas”[6]:

“Daos prisa más bien a imaginaros lo que no digo de la voluptuosidad y belleza de las mujeres que nacen bajo un cielo de fuego y que, desfallecidas, van a la siesta a reclinarse muellemente bajo la sombra de los mirtos y laureles, a dormirse embriagadas por las esencias que ahogan al que no está habituado a aquella atmósfera.”[7]

Luego de esta presentación que permanece en el recuerdo del lector (especialmente por la “voluptuosidad” que afirma no decir y que sin embargo no hace más que detallar), se narra lo siguiente:

“Facundo había ganado una de esas enramadas sombrías, acaso para meditar sobre lo que debía hacer con la pobre ciudad que había caído como una ardilla bajo la garra del león. La pobre ciudad, en tanto estaba preocupada con la realización de un proyecto lleno de inocente coquetería. Una diputación de niñas rebosando juventud, candor y beldad, se dirige hacia el lugar donde Facundo yace reclinado sobre su poncho. La más resuelta y entusiasta camina delante, vacila, se detiene; empújanla las que la siguen; páranse todas sobrecogidas de miedo, vuelven las púdicas caras, se alientan unas a otras y deteniéndose, avanzando tímidamente y empujándose entre sí, llegan al fin a su presencia. Facundo las recibe con bondad; las hace sentar en torno suyo, las deja recobrarse, e inquiere al fin el objeto de aquella agradable visita. Vienen a implorar por la vida de los oficiales del ejército que van a ser fusilados.

Los sollozos se escapan de entre la escogida y tímida comitiva, la sonrisa de la esperanza brilla en algunos semblantes, y todas las seducciones delicadas de la mujer son puestas en requisición para lograr el piadoso fin que se han propuesto. Facundo está vivamente interesado, y por entre la espesura de su barba negra alcanza a discernirse en las facciones la complacencia y el contento. Pero necesita interrogarlas una a una, conocer sus familias, la casa donde viven; mil pormenores que parecen entretenerlo y agradarle, y que ocupan una hora e tiempo, mantienen la expectación y la esperanza; al fin les dice con la mayor bondad: ‘¿No oyen ustedes esas descargas?’

¡Ya no hay tiempo! ¡Los han fusilado! Un grito de horror sale de entre aquel coro de ángeles, que se escapa como una bandada de palomas perseguidas por el halcón.”[8]

La narración está plagada de veladuras desde la misma imagen de las “enramadas sombrías” que enmarcan de modo premonitorio, hasta el detalle de la oscuridad en la que se encuentra el rostro de Facundo entre sus barbas.

El narrador parece preocupado por probar la inocencia y las pías motivaciones del proyecto. Expresiones como “inocente coquetería”, “candor”, “púdicas caras”, “piadoso fin”, “coro de ángeles” intentan desviar lo que la escena sugiere: el sacrificio de las vírgenes. Ese intento de desvío produce un efecto opuesto: echa por tierra cualquier idea ingenua que alguien haya podido suponer. La vacilación, el miedo, la timidez de la avanzada desbaratan la presunta inocencia de la ciudad y de las víctimas ofrecidas. Ellas temen y desean, avanzan y retroceden al igual que el narrador que va y viene sugiriendo y luego tratando de borrar lo que acaba de decir. Esa vacilación produce el erotismo de la escena que mantiene el suspenso al igual que Facundo en lo que respecta a sus intenciones. Las vírgenes que temerosas y fascinadas se acercan al cazador mezclan la gracia y el terror produciendo una tensión sostenida. El placer y el dolor, el pecado y la inocencia. La tensión del fragmento se sostiene hasta el final, con la muerte de los jóvenes.

Nada extraño parece ocurrir entre las niñas y Facundo, todo transcurre entre la amabilidad y la sonrisa; sin embargo, percibimos que, más allá de la muerte de los jóvenes que solo conocemos al final, algo terrible está latente. La “complacencia” y el “contento” que podemos ver gracias al zoom entre la “espesura” de la barba, la conversación “amena” y “agradable” para “entretenerlo” vuelven frívolo cualquier intento de justificación. Aquí, los pormenores de la conversación son actos de sadismo. Y el lector, según se le ordena al principio del párrafo, se da prisa en imaginar lo que el narrador no dice.

En los dos fragmentos hay ciertas similitudes: Odiseo es comparado con un león montaraz que con ojos ardientes se arroja entre vacas, ovejas y ciervas salvajes; y cuyo vientre lo impulsa en busca de rebaños aún a costa de tener que introducirse en recintos cerrados[9]. Facundo también es comparado primero con un león y luego con un halcón entre palomas. La idea de la presa y el cazador está muy presente en las escenas. En los dos casos, las jóvenes son vírgenes de esmerada educación, atemorizadas por un hombre mayor que lleva con él la imagen de lo salvaje. El lenguaje del diálogo es tan cuidado que podríamos hablar hasta de un exceso de delicadeza en la elección de los temas y las palabras. Lo que parece imponerse es la idea de una situación que debe mantenerse bajo control sin permitirse ningún exabrupto. Nada puede ser dicho sin reflexión. La carga erótica no está en dejarse llevar por el impulso, sino en la razón que domina al deseo y lo sujeta. No es entonces la realización del deseo lo que produce el placer sino el dominio que se ejerce sobre aquél.

Si definimos un arte como erótico porque hace mayor referencia directa y claramente a aspectos sexuales, no tenemos en cuenta que el erotismo se define más por lo que oculta que por lo que muestra y es mucho más eficaz cuanto más oscuro. El erotismo es un arte del control y no del desenfreno. Y según los ejemplos que hemos visto, ese control es ejercido en el discurso. Son las palabras las que se retienen. La voz del narrador de Facundo intenta velar para el lector las intenciones de la ciudad y quizá el propio deseo que instala en el personaje. Surge una contracción oscura que produce el efecto contrario: el lector sospecha a partir de esos elementos que el plan urdido no es inocente. El intento de controlar el discurso desencadena el erotismo pues introduce la idea prohibida. Y aquí, una aparente contradicción: al tratar de oscurecer, aumenta la carga de sentido. Si hay algo que disimular, entonces el lector se dará prisa en imaginar, según el deseo expresado por la voz que nos describe a esas mujeres bajo la sombra de los mirtos.

En el caso de Facundo, la situación es perversa y sádica pues aparece la idea del sacrificio y el telón de fondo de las descargas de fusil que pasan inadvertidas a las muchachas durante la conversación bajo la enramada. En el juego de seducción, alternan la vida y la muerte de modo dramático. Así, los conceptos erotismo y muerte se vinculan estrechamente pues es la muerte subyacente la que produce la tensión. Ambos, erotismo y muerte, son conceptos que se escapan y que parecen estar omnipresentes en la obra de arte como su parte invisible, como lugar del deseo. El discurso artístico se vuelve un cuerpo erótico cuyo poder de seducción radicaría en la demanda de una interpretación. Lo oculto, lo prohibido, lo invisible, lo reprimido representan la posibilidad de que el lector se vea envuelto y seducido por las palabras y se aproxime al texto con el deseo de descubrir el velo, de transgredir ese discurso, ejercer una violencia sobre él para hacerlo hablar.

Foucault[10] nos enseña que el acto más perverso del hombre es el de hablar y hacer hablar. De este modo, los discursos de la crítica y la teoría se nos muestran como aquellos más perversos por su voyeurismo que se demora amorosamente en torno al objeto y despliega esos espacios prohibidos. El narrador dice: “Daos prisa más bien a imaginaros lo que no digo...” y el crítico se detiene en ese “no digo” y da la voz de alerta. No “obedece” y habla acerca de la negación. Pone límites al desenfreno de la pasión, evita el fin, ejerce su control sobre las sensaciones enfocando el proceso del hacer artístico. Y la pasión parecería no enfriarse por esto sino encenderse. Es más, según Denis de Rougemont[11], la pasión solo permanece encendida en tanto el obstáculo que se levanta frente a su objeto se mantenga. La pasión debe ser defendida a través de pretextos que posterguen el cumplimiento del deseo, el encuentro amoroso, el final feliz. El amor y Occidente nos ayuda a comprender con mayor claridad por qué el erotismo contiene al sadismo.

Hay una condición estética en los objetos que definimos eróticos, pues estos deben seducir, conmover nuestros sentidos para atraernos. También hay un elemento trágico. La mayor parte de las aventuras sexuales de los pícaros de Petronio provocan risa; pero no conmueven por su sentido erótico. Conmueve mucho más, como episodio erótico, el de la matrona de Éfeso, en el cual la escena sexual está menos descripta: allí ronda la muerte. Aunque Bataille establece una relación entre el erotismo y lo cómico, creo, por el contrario, que el grotesco nos aleja del tema. Los episodios humorísticos sexuales de Petronio o de Boccaccio, no son precisamente los más conmovedores en este sentido. Frente a la risa, el efecto erótico desaparece, pues lo erótico tiene un carácter trágico. Si aceptamos la reflexión de Denis de Rougemont de que la felicidad que se obtiene por la posesión del objeto amado es opuesta a la pasión, entonces debemos deducir que sólo será digno de pasión aquel objeto inalcanzable y por lo tanto, en esa utopía, la risa no tendría lugar.

Nos dice Hegel de la tragedia, que el héroe se aísla en su determinación y levanta contra sí la pasión opuesta engendrando los conflictos:

“Lo trágico, originariamente, consiste en que ambas partes opuestas, tomadas en sí mismas, tienen cada una su derecho. Pero por otro lado, no pudiendo realizar lo que hay de verdadero y positivo en su fin y carácter más que como negación y violación de la otra fuerza igualmente justa, pese a su moralidad, o más bien en razón de la misma, se encuentran forzadas a caer en culpa. [...] aunque constituye el fondo sustancial y verdadero de la existencia real, sólo se legitima y justifica (el conflicto) en tanto que se destruye como contradicción.”[12]

Podríamos pensar el erotismo como lugar donde se establece el conflicto (en tanto contradicción y lucha) entre la vida y la muerte.

Lo trágico ha sido definido también como categoría metafísica[13] que indica desorden, fractura, quiebre. Ese desorden supone un recorrido “perverso” en sentido etimológico. Perversus, a, um significa inverso, trastocado y viene de perverto que significa desordenar, echar por tierra. La mirada perversa es aquella que mira de través y no de frente. Aquella que anda por lugares oscuros.

La conciencia trágica residiría en el sentimiento de incomprensión frente al orden cósmico que aparece atravesado por eventos irracionales y escandalosos. Si la pasión erótica pone en juego la relación entre el amor y la muerte y la idea de lo inalcanzable, el sentimiento trágico parecería ser el más conveniente para contenerla.

Recordemos que entre las leyes de la tragedia, se exigía que la catástrofe, el punto culminante de la acción exterior al personaje, nunca se representara en escena. Sin embargo, las descripciones de los sucesos sangrientos suscitaban tanto o más horror que si hubieran sido representados. De los dos momentos: tensión y distensión, sólo el primero puede ser erótico. La distensión, la armonía devuelta por la solución del conflicto, es el final del erotismo. Por esta razón, el texto pornográfico que explicita, deja de ser erótico: no hay posibilidad de instalar allí deseo alguno pues éste se resuelve antes de comenzar. La imagen borrosa es inquietante y genera tensiones, no ocurre lo mismo si no se deja al lector (o espectador) nada que imaginar.

Si se trata de prolongar y profundizar las tensiones para que el placer se sostenga, la retórica (que ya es casi un anagrama de erótica) tendría la función de erotizar el lenguaje, obstaculizar, producir misterio, evitar el encuentro con la palabra desnuda, ejercer el control del discurso para seducir.

En el prólogo a Las relaciones peligrosas[14], André Malraux define el erotismo del libro:

“Bajo la palabra misterio cabe todo. Para Laclos sólo pudo significar la parte del hombre incontrolable, que no puede gobernar: su fatalidad. Existe en realidad una sombra de fatalidad que merodea bajo ese juego de ajedrez Luis XVI, pese a los esfuerzos de ambos jugadores para dominarla: es el erotismo.

Hay erotismo en un libro cuando a los amores físicos que presenta se le une la idea de una coacción. [...] A todo lo largo de esta célebre apología del placer, ni una pareja se mete una sola vez en la cama sin una idea preconcebida en la mente.”[15]

Y un poco más adelante:

“El personaje más erótico del libro, la marquesa, es también el más voluntarioso”[16]

Según Malraux, la diferencia entre la novela de Laclos y las obras eróticas menores que circulaban en ese tiempo estaría precisamente en que la coacción no está producida por la fuerza sino por la sutil persuasión de las mentiras e intrigas.

Contrariamente a lo que suele pensarse, el erotismo surge de la inteligencia, la voluntad, lo que ejerce un control de la mente sobre el cuerpo, y no al revés. Mario, el maestro de Emmanuel[17], que desarrolla toda su teoría acerca del erotismo en el capítulo “La ley”, no desmiente esta afirmación. Cuando Emmanuel define el erotismo como un culto del placer de los sentidos liberados de la moral, Mario expresa su contrariedad:

“_No es un culto, sino una victoria de la razón sobre el mito. No es un movimiento de los sentidos, sino un ejercicio del espíritu. No es el exceso del placer sino el placer del exceso. No es una licencia sino una regla. Y es una moral.”[18]

El erotismo es, para Mario, un progreso de la cultura relacionado con el amor por la belleza que no pertenece al orden de lo natural: es un invento del hombre. El arte, al igual que el erotismo, es antinatural. Emmanuel se somete a un proceso de iniciación para aprender a controlar su cuerpo según las enseñanzas de Mario. La marquesa de Merteuil explica con frialdad, el rigor al que se sometió a sí misma[19] para aprender a controlar sus sentimientos y sus gestos y el Kamasutra (que está escrito en forma de ley) advierte entre otras prohibiciones que no se puede gozar de la mujer que revela secretos o de la que expresa públicamente su deseo.

La conclusión de Mario de que el erotismo es una moral resulta un acierto si pensamos la moral en tanto ejercicio de la voluntad. La voluntad en su relación al bien constituye la base de las definiciones de la moral, las leyes a las cuales la voluntad se somete, las reglas de la conducta en la vida. La Marquesa de Merteuil determina constante y permanentemente (en forma de ley) su voluntad para adquirir hábitos y costumbres que le permitan controlarse y sobrevivir en sociedad, lo cual es vivido por ella como un bien. La autodisciplina a la que se somete es tan rígida como la que se puede suponer para un convento. En La historia de “O” de Pauline Réage[20], el castillo de Roissy funciona de hecho como una suerte de convento con durísimas reglas disciplinarias a las cuales los personajes se someten por su propia voluntad[21].

La palabra “erotismo” nos ha llevado a girar sobre ella con “perversión”, es ella la que transmite su poder a las otras palabras como la piedra imantada del Ión. No un objeto sino la palabra misma. La palabra sometida a la coacción de una gramática y una retórica. Y la palabra, en tanto lenguaje articulado, parece ser el resultado de un pecado de soberbia, una mordida a una fruta peligrosa. Es una blasfemia porque separa al hombre del resto de los seres, lo iguala a los dioses asegurándole el conocimiento del bien y del mal. Odiseo y Facundo nos enseñan que el erotismo está ante todo en el control que se ejerce sobre el discurso, y el discurso no se detiene, recupera por un breve instante algunos fragmentos y los pone a dialogar entre sí. Luego las astillas vuelven a dispersarse.

Si la palabra y el saber acerca de nuestra propia muerte son los aspectos que nos separan del resto de la naturaleza, podríamos pensar el erotismo como una moral del lenguaje, una voluntad dirigida hacia el placer por la belleza en tanto modo consciente de apartarnos de la muerte. Una palabra que se controla y se desenvuelve para apartarnos del final.

Para que hayamos podido conocer la belleza, hemos tenido que ser conscientes de su fugacidad, saber que ella no nos pertenece para siempre. La conciencia del instante que huye nos fascina, deseamos aquello que muere; el saber que moriremos nos lleva a la búsqueda de la belleza con la ansiedad de quien se sabe finito. Así, el erotismo se impone como un ejercicio de la voluntad para prolongar el placer que nos causa la belleza. Prolongar el placer es ir en contra de la muerte. Lo inacabado de las obras de arte, aquel elemento que permite la interpretación, que atrae sobre sí el discurso de la crítica, es su defensa contra la muerte. De allí que lo definamos como erótico. Mientras lo pornográfico se esfuerza por eliminar las elipsis, se apresura en llegar a la muerte; lo erótico es una fuerza contraria hacia la vida. La presencia de la muerte en lo erótico es contradictoria pues está allí en tanto algo que se debe evitar. Sin embargo, sin ella, lo erótico sería imposible. Tampoco habría belleza. Ambos conceptos se imbrican y se suponen de una manera extraña: la existencia de uno depende del otro aunque el esfuerzo sea por oponerse.

Octave se equivoca si cree que va a poder poseer finalmente a Roberta. La Roberta que se le escapa, aquella por la cual padece, es el sujeto que sostiene la palabra, el sujeto detrás de las diversas enunciaciones. Lo que Octave quiere poseer no es una mujer, es la palabra del otro. Al igual que el lector. Y si pudieran poseerla, entonces ya no la desearían. Roberta, al igual que el texto artístico, deben su vida a lo inacabado.

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[1] Tópicos del Seminario No.9 ("Semiótica y estética"), Universidad de Puebla, México, 2003

[2] Georges Bataille, Las lágrimas de Eros. Trad. David Fernández. España, Tusquets, 1997. Pág. 41.



[3] Ver los versos 60 a 70 del canto VI.

[4] Versos 127 a 129.

[5] Ver versos 135 al 185

[6] La edición que estoy consultando es la de la Editorial Sopena de 1940.

[7] Op. cit. Pág. 127

[8] Op.cit. Pág. 127

[9] Véanse los versos 130 a 136.

[10] Historia de la sexualidad. México, Siglo XXI, 1991, págs. 7 a 64.

[11] El amor y Occidente. Barcelona, Kairos, 1984.

[12] G.W:F. Hegel, Poética, Buenos Aires, Austral, 1947, pág. 175.

[13] Para estas definiciones de lo trágico, véase Max Pohlenz, La tragedia Greca. Brescia. 1978. Pohlenz cita a Josef Corner, Goethe, Schiller y Hegel.

[14] En: Pierre Chordelos de Laclos, Las amistades peligrosas. Barcelona, Tusquets, 1989, págs. 9-17.

[15] Págs 16 y 17.

[16] Pág. 18.

[17] Emmanuelle Arsan, Emmanuel. Barcelona, Tusquetes, 1997.

[18] Pág. 149.

[19] Véanse las cartas LXXXI y CXIII de Las relaciones peligrosas.

[20] Pauline Réage, Histoire d’O. Paris, France Loisirs.1975. (Sabemos que el nombre de la autora es un seudónimo igual que el de Emmanuelle Arsan).

[21] Tanto la edición francesa como la española, (Barcelona, Tusquets, 1983) se encuentran precedidas por el prólogo de Jean Paulhan, “Le bonheur dans l’eclavage” (La dicha en la esclavitud).